Setembro chegou e com ele veio o lembrete de que a saúde mental, assunto ainda tabu em nossa sociedade, é um tema de grande importância para se abordar no cotidiano, especialmente com as crianças.
No geral, muitas pessoas ainda encontram travas sociais para conseguir tratar de assuntos que tenham os seus sentimentos como foco e, infelizmente, esse bloqueio pode culminar em transtornos mentais, como a depressão e a ansiedade.
Por essa razão, a campanha Setembro Amarelo é importantíssima para garantir que a saúde mental seja um tópico abordado com mais frequência.
Dessa forma, percebemos como o Setembro Amarelo pode nos ajudar em como abordar o tema com as crianças de forma cuidadosa. Então, saiba como abordar o tema com as crianças:
Saiba mais sobre o que é o Setembro Amarelo
A Campanha Setembro Amarelo teve início em 2014, quando foi criada pelo CVV (Centro de Valorização da Vida), com o objetivo de prevenir o suicídio por meio de ações de conscientização.
Assim, a campanha foi realizada em parceria com o CFM (Conselho Federal de Medicina) e com a ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria).
De lá para cá, o assunto passou a ser cada vez mais discutido nas residências, nos ambientes de trabalho e, especialmente, nas escolas.
Essa etapa da vida das crianças e dos jovens deve receber uma atenção especial, afinal, a faixa etária mais alarmante quando o assunto é saúde mental é a de jovens e adolescentes entre 15 e 25 anos.
Logo, o hábito do diálogo, desde a primeira infância, auxilia a vida do adolescente, do jovem adulto e, sem dúvida, traz resultados promissores a longo prazo.
Descubra o que pode levar uma criança a um estado de sofrimento emocional
Quando somos crianças, recebemos novos estímulos a todo instante, e nem todos são fáceis de compreender num primeiro momento, especialmente na fase de aprender a reconhecer e lidar com as próprias emoções e as emoções do entorno.
Além disso, o choque cultural que a vida fora de casa proporciona para uma criança requer que assuntos polêmicos, como bullying e cyberbullying, sejam abordados de forma cuidadosa, evitando tons acusatórios e interrogatórios.
Bullying e Cyberbullying
Não precisamos nos preocupar apenas com o bullying presente nos espaços de convívio entre as crianças e adolescentes, mas também com sua forma presente no mundo digital.
Frequentemente, o mundo virtual entrega formas ilimitadas de interação, e isso não seria diferente no sentido negativo.
Aqui, o poder de agressão se eleva, os comentários depreciativos e as ameaças tomam proporções gigantescas rapidamente, acuando ainda mais a vítima.
Depressão e Ansiedade
Diferente do que se imagina, a depressão e a ansiedade ocorrem na infância da mesma forma que na fase adulta de nossas vidas.
Os comportamentos mudam visivelmente, resultando em uma criança mais quieta, desinteressada por atividades prazerosas para sua faixa etária e alheia ao redor.
Não se engane, isso pode não ser apenas uma fase de crescimento e acredite, muitas vezes, não é.
Afinal, as causas da depressão e da ansiedade podem ser variadas, seja por fatores genéticos, impulsionada por bullying ou devido a uma rotina exaustiva que force a criança a longo prazo a praticar atividades que a deixam infeliz.
É importante diagnosticar as possíveis causas antes de iniciar um tratamento efetivo, mas abordar com as crianças de forma cuidadosa, em um primeiro momento, pode ajudar a adiantar alguns processos dessa análise.
Como abordar o Setembro Amarelo com as crianças de forma cuidadosa
Agora que já sabemos as principais causas que podem levar uma criança a tomar atitudes drásticas contra si mesma ou a se isolar gradativamente da sua vida, é necessário buscarmos formas adequadas de abordar a questão.
Para isso, é importante ressaltar que precisamos abordar o tema de forma cuidadosa não apenas com a vítima, mas também com o potencial agressor.
“O que o leva a praticar bullying com seus colegas? Como isso passou a acontecer?” são questões que devem ser levadas em conta.
Reforçando a autoestima da vítima
O primeiro passo para abordar o assunto bullying e cyberbullying está na busca por reforçar a autoestima da criança, fazendo ela lembrar que ninguém tem liberdade para ameaçá-la ou agredi-la.
Conscientizando o agressor
A criança que pratica bullying precisa compreender a gravidade da situação em que está inserida e de que forma os seus atos atingem o outro.
É claro, devemos sempre lembrar de abordar com as crianças de forma cuidadosa quando se trata de um assunto tão sério quanto esse., por isso também é necessário ensiná-la a reparar o seu erro com o colega.
Abordando a plateia
Diferente do que se pensa, a situação do bullying não é apenas entre dois indivíduos, existe sempre uma plateia por trás, validando a agressão e tornando-a ainda mais difícil para a vida da vítima.
Contudo, os colegas precisam compreender que, mesmo que não pratiquem o ato em si, estar ao redor sem tomar nenhuma atitude a favor da criança que está sofrendo é equivalente a reforçar a atitude negativa.
A ajuda psicológica no Setembro Amarelo
Abordagens como as citadas acima podem funcionar muito bem caso a situação de bullying seja percebida no início, assim, é possível evitar que as atitudes piorem com o tempo, causando ainda mais danos a todos os envolvidos.
No entanto, existe a possibilidade de só notar que algo está acontecendo quando os sinais de depressão e ansiedade já estão em um estágio mais avançado.
Com isso, a necessidade de buscar ajuda profissional para intervir com técnicas precisas de acompanhamento e acolhimento se torna uma realidade.
Isso se deve ao fato de que apenas profissionais especializados poderão criar formas de iniciar um diálogo seguro, em um ambiente sem julgamentos, para que a criança perceba que ela tem aliados durante essa jornada difícil que está percorrendo.
Confira o nosso quadro de especialistas aqui em nosso site.
Disponível em: Conversando com crianças e jovens sobre bullying. https://plenarinho.leg.br/index.php/2021/04/conversando-com-criancas-e-jovens-sobre-bullying/#:~:text=V%C3%ADtima%3A%20a%20crian%C3%A7a%20que%20sofre,e%20ser%20protegida%20contra%20retalia%C3%A7%C3%B5es. Acesso em: 14 de setembro de 2022.